Você conhece os tipos de infertilidade feminina? A infertilidade é uma condição que impacta diretamente a vida reprodutiva de milhões de mulheres em todo o mundo. Quando falamos em tipos de infertilidade feminina, estamos nos referindo a diferentes classificações que levam em conta causas, tempo de tentativa para engravidar e condições clínicas associadas. Cada tipo de infertilidade exige investigação detalhada e acompanhamento especializado, já que os fatores envolvidos são complexos e multifatoriais.
Entre as causas mais relevantes, a endometriose se destaca como uma das principais responsáveis pela dificuldade em engravidar. Essa doença ginecológica afeta diretamente a fertilidade feminina e pode ser considerada um dos maiores desafios na reprodução humana.
Compreender os diferentes tipos de infertilidade feminina é essencial não apenas para a paciente, mas também para os profissionais de saúde que conduzem os tratamentos, possibilitando abordagens mais eficazes e personalizadas.
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O que é infertilidade feminina?
Infertilidade feminina é definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a incapacidade de uma mulher engravidar após 12 meses de relações sexuais regulares sem uso de métodos contraceptivos. Quando a mulher tem mais de 35 anos, esse período de tentativa pode ser reduzido para seis meses, devido à queda natural da fertilidade com a idade.
É importante diferenciar infertilidade de esterilidade. A esterilidade implica na impossibilidade total de concepção, enquanto a infertilidade pode ser temporária ou reversível com tratamento adequado.

Tipos de infertilidade feminina segundo a classificação clínica
Os especialistas costumam dividir a infertilidade em categorias para facilitar o diagnóstico e a escolha do tratamento.
Infertilidade primária
Refere-se a mulheres que nunca engravidaram, mesmo após tentativas contínuas. É um dos tipos mais frequentes e pode estar associado a alterações hormonais, problemas tubários, anomalias uterinas ou endometriose.
Infertilidade secundária
Ocorre quando a mulher já teve uma gestação anterior, mas encontra dificuldades para engravidar novamente. Pode ser consequência de complicações obstétricas, cirurgias ginecológicas ou progressão de doenças como a endometriose.
Infertilidade absoluta
Quando existe impedimento anatômico definitivo, como remoção cirúrgica do útero ou das trompas uterinas. Nesses casos, a concepção natural é impossível, restando apenas as alternativas de reprodução assistida, como a fertilização in vitro.
Infertilidade relativa ou funcional
Acontece quando não se identifica uma causa evidente, mesmo após investigação completa. É chamada também de infertilidade sem causa aparente (ISCA).

Tipos de infertilidade feminina conforme o fator causal
Outra maneira de classificar a infertilidade é de acordo com o fator que leva à dificuldade de engravidar.
Fator ovulatório
Está relacionado a distúrbios hormonais que afetam a ovulação. As principais condições incluem:
- Síndrome dos ovários policísticos (SOP).
- Insuficiência ovariana precoce.
- Alterações da glândula tireoide.
Fator tubário
Envolve alterações nas trompas uterinas, como obstruções decorrentes de infecções, cirurgias ou aderências pélvicas. A endometriose está entre as doenças que podem comprometer as tubas.
Fator uterino
Ocorre devido a anomalias no útero, como pólipos endometriais, miomas ou malformações congênitas. Essas alterações podem dificultar a implantação do embrião.
Fator peritoneal
Está associado à presença de aderências na cavidade pélvica, geralmente causadas por processos inflamatórios crônicos ou pela endometriose.
Fator cervical
Alterações no muco cervical podem impedir a passagem dos espermatozoides até o útero, dificultando a fecundação.
Fator combinado
Em muitos casos, mais de um fator pode estar presente, tornando o tratamento mais complexo e multidisciplinar.

Endometriose como causa de infertilidade feminina
A endometriose é uma das doenças ginecológicas mais comuns e uma das principais causas de infertilidade. O crescimento anormal de tecido semelhante ao endométrio fora da cavidade uterina gera inflamações, aderências e até cistos, comprometendo diferentes etapas do processo reprodutivo.
Os mecanismos pelos quais a endometriose interfere na fertilidade incluem:
- Obstrução das tubas uterinas.
- Redução da reserva ovariana devido à formação de endometriomas.
- Inflamações que afetam a qualidade dos óvulos.
- Alterações no ambiente uterino que prejudicam a implantação do embrião.
Estima-se que até 50% das mulheres com endometriose apresentem algum grau de infertilidade, o que reforça a necessidade de diagnóstico precoce e acompanhamento em clínicas de reprodução assistida.
Diagnóstico dos diferentes tipos de infertilidade feminina
O diagnóstico é um passo essencial para definir o tipo de infertilidade e escolher o tratamento adequado. Entre os exames mais utilizados estão:
- Ultrassonografia transvaginal.
- Histerossalpingografia, para avaliar as tubas uterinas.
- Ressonância magnética em casos suspeitos de endometriose profunda.
- Dosagens hormonais para investigar distúrbios ovulatórios.
- Espermograma, quando há necessidade de avaliar o fator masculino.
- Videolaparoscopia, considerada padrão-ouro para confirmar endometriose.
Tratamentos disponíveis para infertilidade feminina
As estratégias terapêuticas variam conforme o tipo e a causa da infertilidade:
- Medicamentos indutores da ovulação: usados em distúrbios ovulatórios.
- Cirurgia laparoscópica: indicada para remoção de focos de endometriose, miomas ou aderências.
- Inseminação intrauterina (IIU): recomendada em casos leves de endometriose ou alterações do muco cervical.
- Fertilização in vitro (FIV): principal técnica para endometriose avançada, obstruções tubárias ou infertilidade sem causa aparente.
- Criopreservação de óvulos: indicada em pacientes com risco de perda da reserva ovariana devido à progressão da endometriose.

Importância do acompanhamento multidisciplinar
Lidar com os diferentes tipos de infertilidade feminina exige atuação conjunta de especialistas: ginecologistas, endocrinologistas, embriologistas, nutricionistas e psicólogos. O suporte emocional é fundamental, já que a infertilidade pode impactar de forma significativa a autoestima e o bem-estar das mulheres.
Os tipos de infertilidade feminina abrangem desde alterações hormonais até condições mais complexas, como a endometriose. Identificar a origem do problema é determinante para escolher o tratamento mais adequado e aumentar as chances de sucesso. Com os avanços da medicina reprodutiva, muitas mulheres que antes enfrentavam limitações hoje encontram alternativas eficazes para realizar o sonho da maternidade.